SOBRE

Em Portugal, 2019 e 2020 foram anos de intenso debate público sobre a questão da discriminação racial. O país assistiu a vários casos, dentre os quais se destacou o do jogador de futebol Moussa Marega, no decorrer de um jogo em Guimarães, no contexto do qual lhe foram dirigidos insultos racistas.

Nos últimos anos, o racismo e a violência policial com motivações racistas têm sobressaído como realidades preocupantes que afetam, de forma grave, a vida das pessoas racializadas. O assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, provocou uma mobilização global de indivíduos e instituições contra o racismo no país e no mundo, trazendo para o debate público a urgência de se unirem esforços com vista à sua erradicação.

A Associação Plano i, orientada em todas as suas ações para a promoção dos Direitos Humanos, viu aprovada, em 2020, a candidatura que submeteu à Fare Network, em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos e o Movimento SOS Racismo, no âmbito da linha de financiamento Black Lives Matter in Football. Nasceu assim, em agosto desse ano, o Black Lives Matter in Football – Matosinhos, que foi apresentado publicamente em setembro de 2020 na Semana Europeia do Desporto, promovida pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude, I. P., entretanto nossa entidade parceira.

Para além da criação de um site que disponibiliza um acervo sobre as questões do racismo e da sua prevenção e combate, bem como um mecanismo de denúncia de casos de racismo no desporto, em estreita articulação com a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, o Projeto foi responsável pela realização do primeiro Estudo Nacional sobre o Racismo no Futebol em Portugal: Perceções e vivências. Os resultados podem ser consultados no site do Projeto.

O Projeto foi executado por uma vasta equipa que nele trabalhou pro bono. A coordenação executiva e a coordenação científica estiveram a cargo de Paula Allen e Sofia Neves, respetivamente. No estudo científico participaram também Janete Borges, Joana Topa, Estefânia Silva e Fernando Borges. Nas demais atividades colaboraram Tiago Castro, Ana Luísa Abreu, Inês Vieira, Rita Andrade e Vânia Alves. O site é da autoria de Mário Ferreira.

O Projeto conta com o apoio da Sra. Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade e, Prof. Doutora Rosa Monteiro e do Sr. Secretário de Estado para a Juventude e para o Desporto, Dr. João Paulo Rebelo. Para além das entidades já mencionadas, foram nossas parceiras, em áreas de intervenção distintas, as seguintes:

– A Federação Portuguesa de Futebol, a Fundação do Futebol – Liga Portugal, a Fundação Benfica, a Matosinhos Sport, o Leixões Sport Club e o Póvoa Futsal C./Varzim SC.;

– A Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, o Plano Nacional de Ética no Desporto e a Associação Portuguesa do Direito Desportivo;

– O Instituto Universitário da Maia/Observatório Nacional da Violência Contra Atletas, a Palaestra – Sports Media Lab Network e o Laboratório de Cultura Digital e Desporto; e

– A Associação Cais.

O media partner do Projeto é o Jornal A Bola.

A Direção da Plano i agradece a todas as pessoas e entidades envolvidas, com especial destaque aos membros da equipa do Projeto que, de forma voluntária, tornaram possível a sua concretização.

Paula Alen

Paula Alen

Coordenação Executiva

Sofia Neves

Sofia Neves

Coordenação Científica do Estudo

Entidade Promotora

Associação Plano i

A Associação Plano i, sediada no Porto, é uma associação não governamental com estatuto de IPSS, que procura dar respostas concretas a um amplo conjunto de questões sociais atuais, nomeadamente a desigualdade, a discriminação, a violência, a exclusão e a pobreza.

Assim, a Associação Plano i apresenta-se como um coletivo empenhado em promover a igualdade através da difusão de discursos e da concretização de práticas de inclusão.

Tendo como referência diferentes pertenças identitárias, tais como o género, a etnia, a nacionalidade, a idade, a orientação sexual e a diversidade funcional, a Associação Plano i visa o desenvolvimento de um projeto social comum que valorize as pessoas naquilo que elas têm de específico: a sua história, o seu percurso e a sua cultura.

Por forma a alcançar os seus objetivos, a Associação Plano i organiza atividades e projetos de sensibilizaçãoformaçãoeducaçãointervenção e consultadoria dirigidas a indivíduos, grupos, comunidades e instituições.

Atuando com base num espírito de respeito pela diversidade social e pelos direitos humanos, a Associação compromete-se a levar a cabo, nos mais diversos domínios de ação, um trabalho de captação e optimização de sinergias individuais, grupais e comunitárias, privilegiando uma intervenção em parceria e em red

Entidade Co-Financiadora

Fare Network

A rede Fare é uma organização guarda-chuva que reúne indivíduos, grupos informais e organizações voltadas para combater a desigualdade no futebol e usar o desporto como um meio de mudança social.

O compromisso da Fare em combater a discriminação por meio do poder inclusivo do futebol é baseado no princípio de que o jogo, como o desporto mais popular do mundo, pertence a todos nós e pode impulsionar a coesão social.

A Fare combate todas as formas de discriminação, incluindo racismo, nacionalismo de extrema direita, sexismo, trans e homofobia e discriminação contra pessoas com deficiência.

A Rede

A força da rede está na diversidade dos seus membros, incluindo claques, ONG’s e Clubes Amadores e Grupos de Base, entre outros, que contribuem com sua experiência e atuam como um esforço conjunto para fazer da discriminação no futebol uma coisa do passado.

A Fare cresceu em números e tornou-se uma organização internacional com mais de 150 membros em quase 40 países europeus. Muitos mais grupos e ativistas juntam-se às atividades, campanhas e eventos de Fare ao longo do ano.

As semanas anuais de ação do Football People, com mais de 1500 atividades são a maior iniciativa contra a discriminação no futebol em todo o mundo, a Fare conseguiu expandir sua esfera de influência para países fora da Europa.

A organização atua não só em mais de 45 países europeus, mas também com ativistas nos Estados Unidos, África do Sul, Santa Lúcia e Brasil.

O que a Fare faz?

A Fare atua em todos os níveis do jogo para promover a inclusão social de grupos marginalizados e privados de direitos e para envolver os formuladores de políticas, os principais atores e órgãos governamentais no movimento antidiscriminação.